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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Os Melhores Livros de 2013

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Eis que 2014 chegou. É preciso então se debruçar sobre a inescapável – e igualmente difícil – tarefa de eleger as melhores leituras do ano. Recorrer ao clichê também faz parte do processo: cada ano, e cada vez mais, essa tarefa se torna mais trabalhosa. Uma série de fatores conspira para esse resultado. Mas é preciso escolher os mais marcantes.  Todavia, apesar de toda a dificuldade que envolve o exercício, tenho que fazer uma ressalva: escolher os melhores foi complicado, mas nunca foi tão fácil eleger O melhor.

O título de primeiro lugar vai para as Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift. Esse livro foi uma surpresa. É possível encontrar na prosa de Swift uma leveza que traz consigo uma hostilidade perturbadora. O autor é a voz satírica mais competente, radical e elevada que já tive o prazer de conhecer. Duvido que haja páreo.  Com isso, e tendo em vista a perspectiva nada convencional do autor acerca da decadência humana – acima de tudo a contestação inabalável da racionalidade humana -, e  os outros elementos que congrega, As Viagens de Gulliver leva o prêmio.

Apesar do destaque do primeiro colocado, ele vem acompanhado de outros exemplares de peso – e a partir deste ponto abandono a elencação de posicionamentos. Dos livros que compareceram na lista dos melhores do primeiro semestre (aqui), Kafka manteve sua posição. Essencial Franz Kafka (A Metamorfose e contos) não poderia faltar a essa lista. A prosa labiríntica do autor e suas implicações lhe garantem o posicionamento. Outro que se faz presente é Capitães da Areia. Jorge Amado foi uma agradável experiência e o livro foi importante em reacender meu interesse pelos clássicos nacionais.

Junta-se a lista O Mundo se despedaça, de Chinua Achebe. Achebe é um dos contadores de história mais competentes que já tive contato. A forma como ele constrói e conduz sua história tornam sua obra imperdível. Também digno de nota é A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera. Neste caso, o destaque é para os personagens e para o tom filosófico da obra - isso sem ser pedante. De modo que Kundera reúne em seu livro personagens que conquistam a atenção do leitor e levanta questionamentos curiosos. Numa linhagem não muito diferente, se apresenta Minha Querida Sputnik. É possível notar uma veia um tanto filosófica, com personagens de qualidade, mas o destaque é para o lirismo contido na prosa de Haruki Mukarami. 

Feche Bem os olhos se junta a Não Brinque com fogo, ambos da série do Dave Gurney, de John Verdon. Verdon é um autor policial pelo qual eu tenho grande respeito. A construção do detetive Gurney é uma das mais consistentes que conheço. E, de fato, gosto do traço eminentemente analítico presente nas obras do autor.

Não poderia deixar de destacar O Festim dos Corvos, de G.R.R. Martin. O 4º volume das Crônicas de Gelo e Fogo consegue trazer os mesmos elementos que consagraram a série em outros volumes – personagens complexos, uma trama imprevisível e um cenário fascinante.

Quanto aos representantes da não ficção primeiramente tenho de citar Lincoln, de Doris Goodwin. A autora consegue unir detalhamento biográfico com noção espacial, em conformidade com uma narrativa muito atraente. Outro exemplar notável é A Imaginação Econômica, de Sylvia Nasar. Textos econômicos geralmente não são leituras fáceis e agradáveis. Mas Nasar consegue conceber uma narrativa cronológica, fácil de compreender, de leitura agradável e com uma união de referências literárias com contextos históricos pertinente.

Finalmente, gostaria de colocar Festa no Covil e Se vivêssemos em um lugar normal, ambos de Juan Pablo Villalobos. Componentes da trilogia mexicana, os exemplares de Villalobos reúnem um tom tragicômico, que desvela uma realidade latino americana de maneira interessante e divertida. De modo que questões sérias são colocadas sem que se perca o bom humor – sendo este um elemento estratégico.

O ano foi bastante produtivo, 73 livros lidos. E foram leituras diversas, e de certo modo, essa lista reflete isso. Para 2014 espero que a tendência à diversidade literária continue – e se intensifique. 

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