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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Estava Escrito (Gunnar Staalesen)

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Autor: Gunnar Staalesen
Nº de páginas: 352
Editora: Vertigo
Série/Saga: Varg Veum #11
Nota: 3,5/5










“As crianças vem e vão. Antes que você se dê conta de onde está, elas já cresceram e deixaram o ninho. Algumas levam algum tempo, outras, num piscar de olhos. [...] Mas o sentido geral é o mesmo. Elas vão embora e os pais são deixados para trás [...]. p. 33
Estava Escrito é o livro número 11 da série do detetive particular Varg Veum. O livro provém da crescente safra nórdica/escandinava de romances policiais.

A cidade de Berg, Noruega, está em polvorosa. O motivo é que o juiz, H.C. Brandt, foi encontrado morto em um hotel vestindo apenas lingerie. Com isso, os jornais da cidade se lançam sobre as mais diversas especulações envolvendo a situação do juiz.

Paralelamente, o detetive Varg Veum é requisitado para realizar uma investigação. Sua contratante, Sidsel Skagestol, está preocupada com o desaparecimento da filha,Torild de 16 anos. Sidsel não vê a filha há quase uma semana, e não sabe o que pode ter acontecido. Seu ex-marido, Holger, quer evitar qualquer contato com a polícia para não gerar publicidade em torno do desaparecimento. Com esse caso em mãos, Varg decide reconstituir os últimos passos da jovem.

Para tanto ele procura as colegas de Torilde, professores e quaisquer pessoas que possam auxiliar na formação dos passos e do perfil da jovem. Apesar de tudo, as investigações não levam a uma conclusão muito clara. Ninguém parece saber qual é o destino da jovem. E Varg tenta correr contra o tempo.

Além dessa tarefa, alguma coisa vem perturbando Varg, parece que algo do seu passado resolveu retornar para atormentá-lo, e talvez sua segurança esteja em perigo.

Com o decorrer das investigações, Veum acaba adentrando o submundo de norueguês. Um ambiente em que se encontram famílias desestabilizadas, adolescentes envolvidos com drogas, prostituição e esquemas criminosos. Mexer com esses elementos pode significar problemas para o detetive.

O grande mérito de Estava Escrito é colocar em evidência uma realidade pouco evidente na Noruega – aliás, como tendem a fazer os autores nórdicos. De modo que o leitor se vê inserido em um ambiente desigual, irregular e criminoso. Com esse pano de fundo, o desafio do autor é tecer uma trama policial bem estruturada. E pode-se dizer que Staalesen cumpre sua função.
“A prostituição se trata, acima de tudo, de poder. Você consegue comprar o poder sobre outra pessoa por um período limitado de tempo. Até mesmo o homem mais fraco descobre que existe alguém ainda mais insignificante do que ele.” p. 102
Varg Veum, 50 anos, é um antigo assistente social que depois de tentar salvar vidas destruídas, resolveu entrar no ramos das investigações particulares, passando a atuar como detetive. Ao que parece ele tem uma relação instável com as autoridades policiais, que muitas vezes lhe consideram um causador de problemas. E de certo modo é uma acusação justa. Verg é o tipo de gosta de mexer em segredos, o que sempre levanta problemas, especialmente para ele. Não chega a ser o tipo de detetive excepcional, ele veste a “capa” de defensor dos necessitados e tenta a todo custo cumprir seu papel. Não vai muito além.

Quanto à trama em si, Staalesen faz uma condução que consegue manter o leitor interessado.  As próprias questões colocadas pelo autor: o quanto conhecemos as pessoas que nos cercam, até que ponto os pais controlam a vida dos filhos, a que ponto o ser humano pode chegar; são elementos que chamam a atenção. De maneira que os segredos vão sendo revelados e o leitor fica cada vez mais ansioso para o derradeiro desfecho.

Staalesen consegue construir um bom romance policial. 



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