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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Os Impostores (Chris Pavone)

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Livro: Os impostores
Autor: Chris Pavone
Nº de páginas: 336
Editora: Arqueiro
Série/Saga: -
Nota: 3/5












 - Depois de ver certas coisas – tinha dito -, nunca se consegue esquecê-las.Se você não quiser vê-las pelo resto da vida, é melhor começar por não olhar. p. 101
Os personagens são invariavelmente um dos elementos de sustentação de um livro. Claro, que outros mais se somam, como: o enredo, a inventividade, a qualidade da narrativa, dentre outros. Em Os impostores, uma dessas qualidades não parece estar muito adequada.

Kate More é casada e mãe de dois filhos. Uma cidadã americana, que como seus compatriotas, vive com uma renda apertada e o marido, embora competente, não parece ser muito ambicioso.

Em meio a tudo isso, ela acaba se desdobrando em um trabalho que, moralmente, há consome cada dia mais. E a rotina de continuar mentido para o marido, vivendo uma vida cheia de mentiras parece prestes a chegar ao fim.

Seu marido, Dexter, um especialista em sistemas de segurança bancária, recebeu um proposta de um bom emprego, em Luxemburgo, com uma ótima remuneração. Com isso, Kate se vê diante da possibilidade de abandonar seu emprego, sair de Washington, e viver uma nova vida.
Mas todo mundo tem segredos. Parte de ser humano é ter segredos e sentir curiosidade a respeito dos segredos dos outros. [...] As coisas horríveis que as pessoas pensam e fazem, os pontos baixos de sua vida. p. 139
Mas quando finalmente se aloca em sua nova vida, seus antigos anseios, de dona de casa, viver mais com os filhos, abandonar as mentiras compulsórias, parece não ser mais suficiente. O que é agravado pelo novo emprego do marido, que o obriga a se afastar da família, sem dizer à esposa quem é seu empregador e qual é seu trabalho.

Apesar dos percalços, Kate tenta se adaptar às circunstâncias e fazer amigos. Outro casal americano surge, e uma nova amizade começa a se formar. Porém, para Kate que por muito tempo não confiou inteiramente em estranhos, esse casal parece não ser quem realmente afirma. E mesmo seu marido parece guardar segredos. Kate, então, decide empreender uma investigação e descobrir se antigos fantasmas resolveram retornar para ameaça-la.

Os Impostores é um romance policial que chega a ser inteligente, Pavone constrói uma trama que até certo ponto é intrigante, e consegue arquitetar um caminho um tanto quanto curioso. Entretanto, Kate, personagem sobre qual a narrativa em terceira pessoa focaliza, tem algumas deficiências. Primeiro, o foco nela é demasiadamente intenso, e para deixar as coisas menos interessantes ela é uma personagem inconsistente; e não digo no sentido de contraditória.

A mulher que Kate aparenta ser, perturbada e por vezes ameaçadora, não parece condizer com suas ações. Como se um profissional que por anos executou com sucesso sua função, e de súbito comete uma série de equívocos, com alguns arroubos de competência. Isso não me parece consistente.

Talvez se o livro fosse menor, e as insatisfações de Kate menos recorrentes, bem como outros personagens fossem contemplados - utilizando de melhor forma a narrativa em terceira pessoa – Os impostores fosse um thriller melhor.

Embora apresente essas deficiências, de todo perceptíveis, é possível depreender algo de positivo do livro. Na terça parte final, a história ganha fôlego e, descobertos os segredos mais óbvios, o leitor consegue entrever um cenário menos esperado, e a trama caminha para um final que gera surpresa. Assim, Os impostores, pode ser qualificado, no máximo, como um bom suspense.
Estou falando dos tipos de fraquezas que fazem os seres humanos baixarem a guarda. Confiarem em pessoas em quem não deveriam confiar. p. 153





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